Perspectivas para 2006/07 - a 1ª Linha
A primeira linha de uma equipa é constituída por dois pilares (n.ºs 1 e 3) e um talonador (n.º2). Tratam-se, regra geral, dos jogadores mais robustos das equipas, adaptados ao árduo trabalho nas fases estáticas, à luta pela conquista de terreno e pontos de aglomeração no ataque, à defesa «desesperada» do seu meio campo defensivo. São eles que lutam pela bola, que empurram nos «mauls» ou que tentam deter os «mauls dinâminos» adversários.
Se o pack é a peça fundamental para vencer jogos, a primeira linha é, de certa forma, a «cabeça do pack». As funções dos 3 da frente são muitas e importantes, e não é nosso objectivo fazer o seu levantamente exaustivo. Ainda assim, procuraremos dar a nossa opinião acerca dos recursos existentes no Belenenses para a 1ª linha, tendo em conta as colossais tarefas que se colocam ao conjunto de jogadores que temos para as três primeiras camisolas dos XV.
Legenda: Christian Spachuk, Paulo Santos e Juan Murre, três jogadores internacionais da 1ª linha azul.
A primeira linha é composta pelos «paus-para-toda-a-obra», expressão que no Rugby moderno se vai aplicando cada vez mais a todos os 15 elementos de cada conjunto em campo. Com isto não quero dizer que um «arrier» tenha de assegurar as funções de pilar, mas é cada vez mais necessário cada elemento conhecer o jogo de forma global.
Ao talonador (n.º2), por exemplo, já não se exige apenas que capte a bola nas formações ordenadas, nem que faça de forma eficaz a reposição da oval nos alinhamentos. As suas funções são muito mais vastas, e implicam força, técnica e espírito de sacrifício.
Ele deve ser eficaz na reposição de bola, é certo. Mas deve também saber interpretar os movimentos dos restantes elementos do pack, por forma a saber para onde e quando atirar a bola. Nas formações ordenadas, é o talonador que «comanda» o pack. É ele que está no centro de toda aquela massa humana pesando não raras vezes mais de 1500 quilos.
Nas fases iniciais do ataque, é frequente ver os talonadores a ganhar metros de bola na mão, ou a correr em auxílio de um companheiro placado, formando um ruck.
Para 2006/2007, a equipa do Belenenses conhece pelo menos uma saída na 1ª linha: o argentino Nicolas Formigo, chegada ao Dezembro ao Restelo, regressou a Buenos Aires e não jogará de azul na temporada que se aproxima. Formigo alinhou por diversas vezes no XV inicial precisamente como talonador, tendo como substituto Rodrigo Silveira. Por outro lado, os talonadores internacionais Paulo Santos e André Santos, que começaram a temporada a jogar com alguma regularidade, acabaram por «desaparecer» dos jogos de fim de época.
Sem Formigo, que não rendeu o que dele se esperava, o Belenenses terá de apostar forte nos bons talonadores que formou. O André Santos é um jogador talentoso e o Paulo Santos deverá formar, junto com os dois pilares luso-argetinos o trio da frente do pack belenense. Rodrigo Silveira poderá também alinhar com a camisola n.º2.
Um potencial problema é a prolongada paragem dos talonadores portugueses da equipa. Praticamente não alinharam a partir de Janeiro/Fevereiro de 2006. Perderam meses de competição, uns por lesão, outros por razões que desconheço. Importa por isso fazer trabalho redobrado com os nossos camisa 2.
Nas posições de pilar, o Belenenses dispõe de duas soluções quase inquestionáveis: Juan Murre (que recentemente adquiriu a nacionalidade portuguesa e é já internacional luso) e Christian Spachuk (também ele luso-argentino e internacional português). Juan e Christian são provavelmente os mais fortes pilares do Rugby nacional, constituindo duas das mais fortes razões para ser o pack belenenses o mais poderoso da Divisão maior da modalidade.
Outro pilar ao serviço do Belenenses, formado nas escolas do clube, é Fernando Murteira, jogador que alinhou em vários jogos da Divisão de Honra, e que é frequentemente a aposta do banco azul para render Juan Murre durante os encontros. A lista de pilares completa-se com Carlos Janardo, de 21 anos.
As funções dos pilares são cada vez mais extensas. Para além de assegurarem as posições laterais da 1ª linha na formação ordenada, os pilares são essenciais nos alinhamentos (são eles que elevam o saltador), sendo que estas situações são essenciais na disputa pela posse da bola!
Cada um dos pilares tem ainda funções diferentes na formação ordenada. Mas essencialmente, o seu papel é apoiar o talonador e impedir que a mêlée rode quando a sua equipa está na posse da bola, o que significaria nova mêlée mas com introdução para o adversário.
Em suma: temos bons pilares e bons talonadores. A questão que se coloca é se os quatro pilares e os três talonadores têm «estaleca» para aguentar uma temporada dura, com jogos de selecção pelo meio (dos sete, quatro são internacionais...), e com as habituais lesões e castigos a interferir na composição da 1ª linha.
1 Comments:
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