O estranho caso do processo esquecido...
Era um vez um processo disciplinar. O alvo do processo era o treinador do Belenenses. O processo dizia respeito a um suposto insulto dirigido por este a um árbitro internacional português, cujo nome não interessa para o caso.
As peripécias em torno do caso do processo esquecido iniciaram logo uma semana após os acontecimentos que estiveram na sua origem. A FPR esqueceu-se de notificar – em tempo útil e de acordo com os regulamentos – o Belém da decisão de suspender o treinador, e este foi para o banco, que é o lugar dos treinadores.
Acontece que quem o viu lá não gostou, e houve até quem sobre o assunto escrevesse, esquecendo a vitória belenense, ou sobre ela acrescentando outros tantos juízos de valor um tanto descabidos.
Alguns personagens referiram, coléricos, que isso da FPR não ter cumprido os regulamentos (na notificação do suspenso) não interessa nada pois o que interesse não é a norma «legal» mas antes a norma «moral».
O treinador foi para a bancada, e esperou sentado que a FPR desse andamento ao processo disciplinar, o qual envolveria sempre – de acordo com os tais regulamentos que alguns querem substituir por «comissões de moral e bons costumes» – audição de testemunhas.
A inquirição foi marcada para hora imprópria para quem trabalha (penso que às 3 horas da tarde de um dia de semana), e perante a indisponibilidade de todos os convocados outro remédio não houve senão (re)marcá-la para horário decente.
O dia chegou mas a uma hora da inquirição houve nova indisponibilidade (desta vez de quem representaria o poder disciplinar da FPR), e a coisa ficou por marcar, até hoje...
O castigo cumpriu-se (em tempo), mas dele fazia parte penalização em Euros (300, se não estou em erro), que certamente a FPR quererá cobrar ao Belém.
O caso é todo ele um gozo ao treinador em causa, à equipa (que tantos dizem ser beneficiada por esta FPR) e ao clube. Lembram-se de ter sido, o mesmo técnico, castigado cerca de um ano após semelhante situação (por provar), relativa à temporada 2005/2006?
Sou da opinião – sendo que a minha opinião não conta para nada – que relativamente a este caso não deve o Belém 1 cêntimo à Federação. E que se alguém deve alguma coisa a alguém é o Conselho Disciplinar a todos os envolvidos: um pedido de desculpas.
E já agora, peçam também desculpas pelo castigo imposto ao Fezas Vital à entrada para o Play-Off, quatro jornadas após o jogo do incidente. É que também nesse caso o castigo não foi «legal» nem «moral». Nada de novo na aplicação do poder disciplinar por parte de um órgão que ao longo do tempo o tem exercido de formação tão discricionária e incoerente.
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