Um ano depois, a mesma atitude!
Foi há mais ou menos um ano: Portugal recebeu, no mesmo Estádio onde joga no próximo dia 28, a equipa das Ilhas Fiji, então no 10º lugar do Ranking da IRB. O jogo, para quem teve o privilégio de assistir in loco, foi inesquecível. Estivemos na frente e, depois, em cima deles até ao apito final. Poderiamos ter ganho, o que não aconteceu, mas mostrámos ao mundo a garra e a técnica do Rugby português.
No próximo sábado não teremos pela frente os rapazes das Fiji, mas antes uma equipa russa que tudo fará para nos bater em solo adverso. Conhecendo um pouco a mentalidade russa, bem como os seus recursos, diria que tudo farão – mas absolutamente tudo – para vencer o encontro e seguir em frente na qualificação.
O problema – para os russo, claro – é que este é o nosso jogo. Repito: ESTE É O NOSSO JOGO. Foi por ele que o nosso XV batalhou ao longo dos últimos anos. E chegados a este ponto, a equipa portuguesa – composta por um misto de jogadores em fim de carreira, outros no pico da sua forma e alguns «miúdos» menos experientes mas igualmente válidos – tem nas suas mãos uma oportunidade de ouro de dar mais um passo em direcção ao Mundial de 2007.
É claro que podemos apontar o dedo ao semi-profissionalismo da equipa russa, aos recursos que eles têm e nós não, aos jogadores portugueses que não têm interesse em viajar até casa para contribuir para a qualificação... Tudo isto é verdade! Mas pessoalmente prefiro pensar que só fazem falta os que aqui estão. Foi sem o tal Pascal Oliveirinha que batemos antes os russos, os romenos, os georgianos... É com este grupo que podemos efectivamente voltar a fazê-lo.
Quando o jogo começar serão XV contra XV. Repito: XV homens contra XV homens. Estamos por isso mesmo em igualdade teórica... O jogo começa com o marcador em 0-0, mas a vantagem real será nossa, pois jogamos em casa, perante um Estádio cheio (assim o espero) e contra um adversário que não nos é superior.
Concentração máxima, sobretudo na defesa: eis a chave para a vitória.
A equipa tem trabalhado bem, dentro do possível, e a pressão sobre o portador da bola tem sido pedida com bastante insistência pelo seleccionador nacional, Tomaz Morais. «Temos de ganhar cêntimetros aos russos!», gritava o seleccionador no treino da passada 6ª feira, ao qual tivemos a oportunidade de assistir.
As estatísticas mais recente de análise ao rugby indicam que, em termos gerais, maior posse de bola não significa maior eficácia no seu aproveitamento... Todavia, cada jogo é um jogo, e cada adversário é um adversário. Creio que a posse de bola será muitíssimo importante, e que Portugal tem um pack suficientemente forte para empurrar os homens do Leste para os seus 22 metros defensivos.
Mais: esse mesmo pack tem todas as condições para proporcionar aos médios e defesas bolas de qualidade, para atacar a muralha defensiva adversária e nela encontrar as brechas que conduzirão ao ensaio.
Ganhar vantagem nos minutos iniciais, como conseguiram os italianos, é muito importante. Serena a equipa e enerva o XV oposto. Se o conseguirmos, os passes sairão melhor, os chutos mais certeiros, os alinhamentos realizados com maior confiança e as mêlées ficarão mais sólidas.
Se pelo contrário tivermos de correr «atrás do prejuízo», então teremos de o fazer com o dobro da vontade. O jogo só acaba aos 80 minutos, e até lá tudo é possível.
Um ano depois só pedimos a mesma atitude... E o resultado só poderá ser um: a vitória!
8 Comments:
Só espero que dia 28 sejamos todos o «cinco (mil) da frente» de Portugal. Que o nosso pack comece nas bancadas, que o jogo não seja assistido em silêncio mas antes com entusiasmo.
Uma ideia que a FPR poderia agarrar: contratar uma equipa de pessoas «especializadas» em pinturas de caras, para que dos miúdos aos graúdos todos pudessem assistir ao jogo com a bandeira de Portugal no rosto.
Excelente ideia, porque não propoe aos dirigentes da FPR.
Abraço,
Fernando
Alguem sabe o local e hora da conferencia de imprensa para o jogo? eu gostaria de assistir e tirar umas fotografias para divulgar.
Belo post
descobri aqui um texto que já devem ter lido mas fala da maneira como o Diogo Mateus foi descoberto.
http://www.timesonline.co.uk/article/0,,2094-2404516,00.html
"Kidney’s holiday discovery"
Cumps.
Entretanto confirmo que o Diogo está a jogar pela Universidade de Cork e não pelo Cork Constitution. A todos as minhas desculpas pelo erro.
Sei que ele está a estudar simultaneamente, pelo que é possível que jogue e estude na mesma instituição.
Infelizmente a página web da equipa de Rugby da universidade está desactualizada.
Jogou contra a equipa dos Suttonians na semana passada, tendo defendido bem mas sem impressionar no ataque. Aliás, como em Portugal acontecia, o Diogo é melhor a defender do que a atacar.
A equipa da UCC (a do Diogo) venceu.
A UCC joga na 2ª Divisão irlandesa, e encontra-se actualmente no segundo lugar da tabela classificativa, logo atrás dos Greystones.
Queria todavia chamar a atenção de todos para o seguinte: estar na 2ª divisão da Irlanda não é vergonha nenhuma... ainda para mais quando se é chamado à selecção provincial de Munster. Mais: na mesma divisão encontra-se a equipa dos Young Munster, que contribuiu com jogadores importantes para a equipa provincial, segundo creio (ex. Paul O'Connell, para mim o melhor 2ª linha do mundo).
Na UCC jogam outros jogadores da selecção provincial, como o médio Jeremy Manning.
Mais sobre a AIL 2:
http://www.irishrugby.ie/leagueTables.jsp?tournament=2&division=6&season=
Durante esta semana conto publicar um trabalho aprofundado sobre a UCC, sobre a AIL2 e sobre o tema «Diogo Mateus na Irlanda».
Parabéns pelo vosso Blog.
Gostaria de vos conhecer para trocar algumas opiniões.
Podem me contactar para
pedrosousaribeiro@yahoo.com
Alguém sabe a razão que levou a NÃO escolha de um jogador carismático para a imagem deste jogo? Jogadores como Joaquim Ferreira, Miguel Portela, Diogo Mateus ou Marcelo D'Orey não teriam maior impacto?
É uma opinião!
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