Rugby no «Expresso da Meia Noite»
O capitão da selecção nacional de Rugby foi um dos quatro convidados do programa da SIC Notícias «Expresso da Meia Noite», apresentado pelo jornalista Nicolau Santos. Completavam o paínel de convidados três outras figuras de excelência do desporto nacional: Alexander Donner (Andebol), Mário Moniz Pereira (Atletismo) e Jorge Araújo (Basquetebol).
Confesso que apanhei o programa já em andamento, mas a verdade é que consegui ouvir algumas observações extremamente pertinentes.
O Vasco Uva referiu aspectos essenciais do (excelente) trabalho produzido por si, pelos outros atletas da selecção e pelo técnico Tomaz Morais, desde 2003 até ao momento da consumação do apuramento. Mas foram as observações dos outros membros do paínel sobre o Rugby que mais me interessaram.
Alexander Donner foi especialmente importante na abordagem deste tema do apuramento, lembrando que também o Andebol alcançou há alguns anos o feito inédito de se apurar para o Mundial (realizado no Japão), facto que não impediu a gravíssima crise que se instalou posteriormente na modalidade, com reflexos ainda hoje por sarar ao nível da equipa nacional, dos clubes e das provas nacionais.
O técnico de Leste, ao serviço do Benfica em 2006/2007, aconselhou o Rugby a planear de forma rigorosa o seu futuro, não vendo este apuramento como um ponto de chegada, mas como um novo ponto de partida… E falou nos clubes e na sua importância!
Araújo lembrou a farsa que constitui hoje o estatuto profissional de grande parte dos atletas de Basquetebol em Portugal, e olhando para Vasco Uva aconselhou o Rugby a não enveredar por um caminho de falso profissionalismo.
O Mundial é já «amanhã», e até lá não haverá tempo para redefinir estratégias e equacionar grandes alterações ao actual figurino da modalidade. Importa todavia que a FPR não se feche sobre a sua equipa nacional, e que pelo contrário dê renovada atenção às competições nacionais de clubes como o principal viveiro de jogadores.
Chegámos a um dos cumes da modalidade. Estamos entre as melhores equipas do mundo. Todavia, MUITO MAIS DIFÍCIL QUE CHEGAR LÁ É PERMANECER LÁ. Foi disso que falou o experiente Donner.
Espero que a comunidade oval o tenha ouvido e sobretudo compreendido.
2 Comments:
Miguel, estou parcialmente de acordo contigo. Penso que de facto esta situação é única, e que ou a aproveitamos agora, ou perdemos o barco.
O problema é não optar da forma certa. Como dizia o Donner, também o andebol já lá esteve... e depois...
Bem, depois foi o caos:
- Separação do campeonato da 1ª divisão em duas provas 100% separadas: a Divisão de elite e o campeonato da Liga;
- Proibição de participação dos jogadores da Liga na selecção nacional (situação felizmente resolvida...);
- Proibição de participação de algumas equipas da Liga em competições europeias...
E o Andebol voltou a «descer de divisão» em termos internacionais.
O que eu penso, Miguel, é que mais importante que a semi-profissionalização dos tais 40-50 jogadores, tendo em vista a RWC, o que é importante á apostar na rapaziada mais nova.
Olha, sabes quantos levámos da Inglaterra ontem, em sub-18? Parece que foi 0-79...
É aqui que temos de tentar reduzir o fosso entre Portugal e as «nações Rugby».
Abraço
RV
Não é durante este ano, Miguel. É no futuro.
Enterrar uma larga % do orçamento da FPR nos seniores, esquecendo:
- formação
- competições nacionais
é que me parece um colossal erro. No Rugby, no futebol, no voleibol ou no berlinde...
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