«Estórias do Rugby»: Andy Ripley
O seu registo cronológico diz-nos que nasceu em Liverpool, cidade celebrizada pelos Beatles e pelos dois clubes de futebol locais - o Liverpool e o Everton -, a 1 de Dezembro de 1947. Tem por isso perto de 60 anos, e foi um dos grandes jogadores de uma geração de ouro do Rugby das Home Nations, marcada por exibições brilhantes dos Lions.
Legenda: Andrew Ripley (Créditos: Rugby-Heroes.net)
Ripley foi internacional inglês, jogou pelos Lions e teve a honra de vestir a camisola alvi-negra do Barbarians FC. Jogando com a camisola 8, tomou partido não apenas de uma compleição física invejável, mas também de excelente técnica e entrega ao jogo. Gostava do Rugby... de o jogar, à antiga, pelo amor à camisola!
A 15 de Janeiro de 1972 fez a sua estreia com a camisola da Rosa, num jogo contra os rivais galeses, e perdeu por 12-3. Nada de grave. Aprender a perder faz parte da vida de todo o atleta de topo. Gostar de perder é que é grave...
Não foi todavia dentro de campo que Ripley enfrentou o seu adversário mais complicado. Há alguns anos, uma dor estranha num braço levou-o ao hospital, e daí ao diagnóstico de um cancro na próstata foi um instante. A vida de Andy conhecia uma nova dimensão: a doença e a possibilidade real de desaparecer em pouco tempo.
Habituado a grandes desafios, Andy Ripley enfrentou e enfrenta o cancro com um sorriso nos olhos, e hoje até considera que a doença foi uma benção na sua vida. Aprendeu a dar mais valor a cada momento, a cada dia que passa, a todos quantos o rodeiam. Famoso por todo o Reino Unido, Ripley aproveita a sua visibilidade para apoiar campanhas de prevenção e diagnóstico precoce desta doença, tão frequente nos homens de meia-idade.
Hoje, a sua vida prossegue em ritmo redobrado, dividida entre a família, o Rugby (paixão da sua vida) e o combate à doença.
Seria interessante ver os mais prestigiados jogadores de Rugby portugueses darem a cara por campanhas de combate a doenças evitáveis, probreza ou fome, para além de usarem o estatuto de atletas da modalidade para prestar apoio a listas políticas em momentos eleitorais (e aqui não me refiro a ninguém em particular, pois não foi apenas um nem dois os atletas que usaram a condição de «jogadores de raguebi» para apoiar candidatos da sua preferência). Não tenho nada contra a política nem contra a participação de jogadores de Rugby nesse tipo de «combates». Mas creio que o Rugby, como modalidade, teria muito mais a ganhar se estivesse permanentemente associado a outro tipo de iniciativas mais proveitosas para todos nós!
Porque não associar aos jogos da Divisão de Honra (ou pelo menos à sua final) uma mensagem sensibilizadora, associada a protocolos a estabelecer com instituições de combate a doenças, à pobreza ou à fome?
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