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sexta-feira, dezembro 29, 2006

Mourinha depois dos Sevens

Entrevista ao árbitro João Mourinha por José Rodrigues, in Jornal O Jogo.



JOÃO MOURINHA - ÁRBITRO PORTUGUÊS HONRADO COM CONVITE PARA JOGOS DO CIRCUITO MUNDIAL
"Foi uma honra enorme representar Portugal"

Após algum tempo de reflexão sobre o desempenho em duas provas da IRB, o jovem árbitro fala-nos da sua experiência num dos maiores palcos do râguebi mundial


No ano em que a Selecção Nacional de sevens foi convidada pela International Rugby Board (IRB) a participar nos oito torneios do circuito mundial de que é responsável, a arbitragem lusa não foi esquecida e a mesma IRB endossou um convite ao árbitro João Mourinha para estar presente nas duas provas que marcaram o arranque da temporada – Dubai e George – e ser um dos oito juízes a dirigir os jogos das 16 selecções em competição.

Como surgiu o convite para estar nestes torneios do circuito mundial?
Este convite surge, claramente e na minha perspectiva, pelos excelentes resultados das selecções nacionais. Daí surge a curiosidade de Paddy O’Brian (responsável da IRB pelos árbitros) sobre a arbitragem em Portugal e ter-me chamado para conversarmos, para me conhecer. Mas já teria a ideia de me convocar.

Quando aconteceu isso?
Em Agosto. Desde aí ficou apalavrado que deveria ir a alguns torneios. Em Setembro surgiu a confirmação, bem como alguns requisitos que teria de cumprir. Nessa altura a Federação também me ofereceu apoio.

E quais são os requisitos?
Concentração, cuidados com o jogo no solo, porque é um jogo muito mais rápido em que tudo acontece muito depressa, além da resistência natural, pois cada árbitro tem de apitar dois ou três jogos por dia, o que é muito cansativo. E com o cansaço a dificuldade em tomar decisões com clareza aumenta e não podemos falhar, pelo menos devemos evitar que isso aconteça.

Que sentimentos despertou este convite?
Grande responsabilidade e, ao mesmo tempo, de um sonho que não queria falhar. Mas também foi uma honra enorme representar Portugal, um país pequeno e com pouca visibilidade, daí a responsabilidade acrescida, afinal era o único estreante em grandes palcos, já que o árbitro japonês tinha cinco anos de profissionalismo e, habitualmente, apita jogos com mais de 20 mil espectadores. A minha estreia foi com o dobro da assistência, o que me fez sentir muito pequenino. Mas é destas emoções que vivemos…

Como correram os torneios?
George claramente melhor do que o Dubai. Contudo o acolhimento foi fantástico, os árbitros são acompanhados em todos os planos e no fim do dia temos uma avaliação a cada jogo e as correcções que devemos fazer. Devo dizer que o "coach" ficou surpreendido com o meu progresso. No Dubai fui o único a mostrar um cartão vermelho (por indicação do juiz de linha), enquanto na África do Sul fiquei muito perto de apitar uma final e estes convites são por mérito. Normalmente a final menos importante é atribuída ao árbitro do país, se for o caso. Em George poderia ter sido escolhido, talvez seja presunção minha. Mas um dia penso que chegarei lá e o quinto lugar (em nove árbitros) é muito animador.

O que retirou da experiência?
O método de trabalho ao mais alto nível, uma experiência que quero partilhar com os meus colegas. Essa era a grande missão. Mas também estou pré-convocado para o Mundial de sub-19, a competição onde todos os árbitros querem estar presentes.

Sente que cumpriu a missão?
Sim, honrei a camisola. Queria ter feito uma final, era um sonho, mas tenho a consciência tranquila, esforcei-me, dei o meu melhor, não fui passear mas sim dar o mais que podia.

10 Comments:

At 7:51 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Pena o melhor arbitro portugues ser tao mediocre

 
At 9:43 da tarde, Blogger Rui Silva said...

Pena a mediocre mentalidade do Rugby luso não reconhecer o valor daqueles que efectivamente trabalham para obter resultados, como o Mourinha.

 
At 9:57 da tarde, Blogger Afonso Nogueira said...

Pedro Sousa não entendo o teu comentário, pergunto se tens visto jogos apitados pelo João Mourinha?

No passado Belenenses - Técnico deu-me gosto vê-lo a apitar, perfeitamente justo, calmo, ponderado e com convicção.

Tem realmente mão no jogo, preza-se por apitar com o apito no bolso e reger-se pela comunicação com os jogadores...

Poucos conseguem ter a clareza que ele tem no jogo no chão (coisa muito difícil em Portugal).

Poucos se preocupam em dar a conhecer ao público as faltas que marca... melhor ... preocupa-se em dar a conhecer ao público todas vantagens que está a dar.

Mais não digo.

 
At 10:55 da tarde, Blogger Rui Silva said...

Afonso, depois de ter visto o vídeo do jogo fiquei com sensação de que não foi uma arbitragem isenta de erros, mas isso nem sequer é relevante. Quantos jogos das principais provas do mundo - VI Nações, Trinations, Super14, Heineken Cup, etc. - não são palco de erros gravíssimos? Um exemplo: vejam só o Inglaterra-Irlanda do último VI Nações, que deu a Triple Crown à Irlanda...

O Mourinha tem uma atitude muito positiva, antes, durante e depois do jogo. No diálogo com jogadores, técnicos e dirigentes. No trabalho físico preparatório (aquecimento). Na condução do jogo (calma, isenta, justa). Na abordagem às incidências do jogo.

Como todos os interevenientes, tem aspectos a melhorar. Ele saberá quais são, melhor que ninguém.

Todavia termino reconhecendo: se todos estivessemos ao nível do Mourinha (jogadores, técnicos, dirigentes, clubes, FPR...) o Rugby português estaria num patamar mais elevado.

Só não vê quem não quer.

 
At 10:55 da tarde, Anonymous Anónimo said...

grande mourinha! um grande arbitro, treinador e amigo!

 
At 11:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

"Pena o melhor arbitro portugues ser tao mediocre "

Sempre q aparece 1 gajo q tenta levar o râguebi a sério, dando o seu melhor na sua área, é logo deitado abaixo. É por isso q nunca iremos a lugar nenhum.

Como é q é a média dos jogadores portugueses? E os treinadores? Dirigentes? E o público? Tudo óptimo desde q seja do nosso clube. Se forem dos outros clubes é tudo abaixo de cão e os árbitros, por definição, se não são maus, são medíocres.

Há 30 anos já era assim. Não progredimos nada. Escola de virtudes? Tá bem, tá...

Duarte

 
At 11:39 da manhã, Blogger Rui Silva said...

Exactamente, Duarte... Escola de virtudes e de vida?... Começo a duvidar...

 
At 11:29 da manhã, Anonymous Anónimo said...

o pedro sousa infelizmente não sabe o que diz é só mais um. O facto do Mourinha ser do Benfica não fez dele um coitadinho, injustiçado,"...está sempre tudo contra nos, assim não dá".
O Mourinha é um grande ´
árbitro, basta ver quando vai apitar os jogos do SLB tudo o insulta... exactamente porque é um homem diferente e não entra no jogo sujo de porrada e faltas constantes praticado pelos seus antigos colegas.
Respeita-os mas não tem medo deles!
Assim é que é, grande exemplo para todos mas enquanto não criticarem e destruirem não descansam. Mesmo assim andamos a pregar que o rugby é um jogo diferente, cheio de valores, uma família?

Já agora alguém sabe quando é que começa a ser aplicada a lei da melée nos nossos jogos do campeonato?

Abraço a todos os árbitros

 
At 12:27 da tarde, Anonymous Anónimo said...

1 de Janeiro.

 
At 1:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

1 de janeiro e a FPr ainda não tem nenhuma notícia ou regulamentação no seu site...

 

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