Soltas de Domingo
#1
Ainda sobre o Cascais vs Belenenses
Ontem referi de forma breve, na crónica que aqui publiquei, que jogar num sintético causa problemas à equipa visitante, sem rotinas neste tipo de piso. De facto, e não obstante as excelentes condições do complexo do Cascais – por ventura as melhores da Divisão de Honra – o facto do jogo se realizar num relvado não natural constitui, logo à partida, uma condição de desigualdade que as equipas visitantes devem superar.
O toque da bola no chão é diferente e a tracção das botas no solo é diferente, o que naturalmente dificulta o trabalho dos avançados nas formações-ordenadas e nos mauls.
Uma última palavra acerca da postura do público, tema muito actual nos dias que correm, no Rugby nacional: apesar de tudo ter decorrido na maior normalidade, registei com pena os assobios e os comentários dirigidos ao chutador do Belenenses sempre que este se preparava para chutar aos postes.
É claro que, o que se passou em Cascais, passar-se-ia em qualquer outro campo do país, Restelo incluído.
A quem assobia e tenta desconcentrar o chutador lanço um desafio: observem o que se passa em semelhantes situações nos grandes palcos do Rugby irlandês. Oiçam o silêncio a que, apoiantes e adversários se obrigam. Um exemplo de fair-play a ser rapidamente importado para o Rugby luso.
Ora vejam aqui.
#2
Direito batido na Taça Ibérica
Os «advogados» foram, pelo segundo ano consecutivo, derrotados na Final da Taça Ibérica. Lamento o resultado, pois desejava com honestidade a vitória portuguesa (independentemente da equipa envolvida).
Excelente mesmo foi o facto do jogo ter sido transmitido na televisão, facto que – ao nível das provas de clubes – não se verificava há uns anos.
Por outro lado devo dizer, por uma questão de igual franqueza, acrescentar o seguinte relativamente à questão da marcação de jogos de outros clubes para o mesmo horário, em pontos diferentes da cidade: o problema da falta de público nos campos de Rugby em Portugal não pode ser sempre resolvido com a concentração de todos (jogadores, técnicos, dirigentes e adeptos de todos os clubes) num só Estádio, para apoiar – neste caso – o Direito. Resolve-se, isso sim, com a atracção de mais adeptos e sócios para os clubes de Rugby existentes e com uma maior divulgação/captação de amantes da modalidade.
Por outras palavras: querer concentrar sempre «a malta do costume» num só estádio é fórmula que apenas para a selecção nacional faz sentido. Quando os jogos em causa são de clubes – e não obstante poder-se fazer um esforço para agendar outros encontros em horários que possibilitem aos amantes do Rugby seguir todos os jogos do fim-de-semana – creio que é aos clubes que cabe (em grande parte) fazer o esforço de divulgação do encontro e engrandecerem-se, aumentando de forma substancial a curtíssima comunidade do Rugby que os segue…
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