Ganhar na Tapada? Eu acredito!
Belenenses e Agronomia voltam a encontrar-se na próxima 5ª feira à noite, em jogo a contar para o Campeonato da Divisão de Honra, que os da Tapada lideram folgadamente, contando por vitórias os jogos realizados, incluindo o da primeira volta no Restelo (5-30).
Confesso que já vi o vídeo desse jogo pelo menos umas cinco vezes, e que cada vez que o revejo fico com a sensação de que o encontro não foi tão desnivelado como o resultado pode fazer parecer. Aliás, penso mesmo que o Belenenses dominou grande parte dos 80 minutos, e que acabaram por ser os pequenos pormenores (erros individuais e de tomada de decisão, sobretudo) a ditar uma vitória justa de Agronomia.
Acresce aos ditos erros um domínio grande de Agronomia na «touche», muito por culpa da experiência do seu saltador Pedro Vieira, que ganhou muitas bolas de introdução do Belenenses, algumas das quais saltando antes da oval sair das mãos do talonador azul...
Legenda: A recuperação de bola na touche foi uma das razões fundamentais para a vitória da equipa de Agronomia no Restelo.
Nos períodos de domínio de Agronomia os da Tapada jogaram sobretudo tentando as perfurações dos bons jogadores da sua 3ª linha (com os dois sul-africanos a fazer mossa), e procurando meter o jogo no meio campo azul ao pé, com Duarte Cardoso Pinto a fazer as despesas. Interessante o duelo de aberturas entre o já referido internacional e o júnior Diogo Miranda (entretanto deslocado para n.º15, devido à ausência de Francisco Moreira e ao ingresso na equipa do argentino Ramiro Alvarez), que a equipa verde e branca tentou capitalizar, mas nem sempre com sucesso (João Uva ajudou muito na protecção ao jovem 10 azul).
O jogo teve lugar a 6 de Janeiro. Desde então muita coisa se passou.
A equipa da Tapada ganhou a tudo e todos, assumindo-se como a candidata principal à vitória na fase regular (penso mesmo que já terão conseguido assegurar vantagem suficiente para ser matematicamente impossível outro emblema chegar ao 1º lugar).
No Belenenses, a revolução iniciada no final da temporada 2005/2006 acentuou-se: o sul-africano Reggie Perkins saiu devido a problemas de adaptação a Portugal e à equipa; Mata Pereira, o companheiro de 2ª linha de Perkins no jogo com Agronomia, reservou este ano ao estudo e deixou de treinar/jogar; Spachuk, o melhor pilar a jogar em Portugal (na minha opinião, claro) foi operado e encontra-se ainda a recuperar da intervenção; vários jogadores têm estado sucessivamente indisponíveis, por motivos diversos, obrigando a equipa técnica a definir vários XV’s diferentes.
A equipa acabou por perder os jogos que ninguém esperava, e por ganhar aos conjuntos teoricamente mais difíceis: Direito (em casa) e Benfica (fora).
Assim, o campo da Tapada recebe na próxima 5ª feira pelas 20:30 horas dois conjuntos que vivem momentos diferentes. Os da casa estão de facto num excelente momento e todos lhes atribuem inteiro favoritismo. O Belém, que venceu novamente no passado sábado, frente ao Cascais, quer voltar a subir e nada melhor do que uma vitória em casa dos invencíveis agrónomos para dar o pontapé na crise e arrancar para um final de fase regular ao nível da camisola azul.
Não sei ao certo que 22 apresentarão as duas equipas. Sei que no Belenenses faltarão, de certeza, algumas peças chave (por lesão ou outros motivos). Sei também que alguns dos jogadores que terão a sua oportunidade na 5ªfeira são inteiramente desconhecidos da equipa de Agronomia, o que pode jogar a favor da formação azul.
O Belém parte para este jogo com alguma pressão: precisamos da vitória para manter as esperanças de chegar à Final Four. Mais: precisamos da vitória porque jogamos para ganhar, e não apenas para «participar». Mas tem alguma «folga» na pressão, já que (quase) ninguém acredita na vitória azul...
Vai ser tremendamente difícil. Mas eu acredito.
Nota:
Por mera curiosidade transcrevo em baixo a constituição das duas equipas no jogo da 1ª volta:
BELENENSES, 5
Juan, China e Spachuk; Mata Pereira e Perkins; Salvador, Uva (capitão) e Valter; Nifo e Miranda; Moreira, Mateus, Hernâni (5) e Cabral; Mirra. No banco: Murteira, Fraga, Sebastião, Fezas Vital, Diogo Castro, Lino e João David.
AGRONOMIA, 30
Aguiar, B.Duarte e E.Campos; Vieira e Quadros; António Duarte, de Roux e Stickling; Kadosh e Cardoso Pinto; Lubbe, Manu, Mira e Saldanha; Gaspar. No banco: Castro, Severino, G.Barros, Castelo, Duarte C., Adérito e Albergaria.
8 Comments:
Sim, Miguel, foi uma vitória inteiramente merecida da Agronomia, como aliás refiro neste post. Penso todavia que o domínio de Agronomia foi mais aparente do que efectivo.
Quando sai do Restelo também fiquei com a impressão de que tinhamos sido absolutamente dominados. Aliás, outras pessoas da equipa também ficaram a com a mesma impressão.
O que digo é que depois de ter visto e revisto o jogo no vídeo fico com a impressão de que estivemos por cima durante longos períodos do jogo. Se quiseres envio-te o DVD para que possa fazer a tua análise.
Repara que eu falo do mesmo tipo de jogo que tu: 3ª linha a trabalhar, e n.º10 a meter o jogo ao pé no meio campo do Belém (com a touche a conquistar bolas atrás de bolas).
Agora, falas de um assunto muito importante: o plano de jogo. O Belenenses tem falhado neste capítulo. Não porque não tenhamos plano de jogo, mas porque a equipa tem revelado alguma indisciplina no seu cumprimento.
Sejamos disciplinados e estou em crer que a diferença se vai esbater, com o Belém a discutir o resultado.
Destaque para a vitória dos Sub-17 em Millfield, sobre os EUA, por 10-8.
Parabéns, rapaziada.
Só um pequeno comentário: bem sei que é a sua opinião, mas dizer que o Spachuck é o melhor 1ª linha a actuar em Portugal... E o Xixa?
Talvez dizer que Spachuck é um 1ª linha com grande capacidade e com uma enorme margem de progressão e desenvolvimento seja melhor, pois tem 25/26 anos e para além da capacidade técnica tem uma enorme capacidade fisica.
B
Pois. É sempre relativo afirmarmos quem é o melhor nesta ou naquela posição. O Cristian é de facto um pilar de topo no contexto nacional, tal como o Joaquim (que além do mais também joga a talonador). O Cristian também beneficia de uma certa polivalência. Por exemplo, em Cascais jogou os últimos 20 minutos do jogo a n.º8, e parece que não foi a 1ª vez.
Enfim, é discutível.
Um abraço
RV
Miguel, desconhecia esse jogo na Roménia a n.º8... Impressionante!
Quanto às 8 dezenas de internacionalizações. Apenas há uma palavra: OBRIGADO!
Ah, deixa só acrescentar uma coisa: o Cristian também é muito rápido. Aliás, penso que essa circunstância é outra das razões que fazem dele um pilar acima da média em Portugal. Penso que neste momento, e caso ele recupere a 100% para o Mundial (como sabes foi operado), a melhor dupla de pilares portuguesa é - na minha opinião - Joaquim Ferreira/Cristian Spachuk.
Quem é o arbitro designado para amanha?
Aquilo que consegui apurar foi que o árbitro de amanhã será António Moita.
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