(In)compatibilidades: o exemplo inglês II
Há uns dias atrás tentámos resumir em poucas palavras o caos instalado em Inglaterra a propósito do diferendo entre a RFU e o lobbie dos clubes da Guiness Premiership, tendo como ponto fundamental da discórdia a utilização de jogadores profissionais dos referidos emblemas no jogo de 5 de Novembro, que irá colocar frente a frente a Inglaterra e a Nova Zelândia. Sobre o problema em causa podem ler aqui.
Nessa altura referimos que eram fundamentalmente três as entidades/grupos de interesses directamente envolvidas na discussão:
- A Rugby Football Union (Federação inglesa)
- A Premier Rugby Limited (associção de clubes)
- A rede televisiva Sky (que detém os direitos de transmissão dos quatro jogos do Outono da equipa da rosa vermelha).
Ora, segundo o prestigiado e bem informado site SCRUM.com, um quarto protagonista aparece nesta já complexa história, tornando as coisas ainda mais complicadas para a RFU, que até agora tinha o diferendo na mão (após a decisão do tribunal, que lhe foi favorável). É que a «Professional Rugby Players Association» aparece dizendo aquilo que é evidente pata todos: é desumano exigir aos jogadores o esforço de alinhar em três frentes em simultâneo, com períodos tão curtos de descanso. Muitos jogadores profissionais ingleses alinham pelos respectivos clubes na Premiership e nas Taças Europeias (Heineken e Challenge Cups), e cumprem jogos pela equipa nacional.
Legenda: David Barnes, pilar do Bath Rugby e responsável da Associação de Jogadores Profissionais (Créditos da imagem: Site do Bath Rugby)
Os jogadores referem que o calendário inglês está mal estruturado, e que os prejudica no seu percurso profissional, ainda para mais sendo o Rugby uma modalidade em que as lesões são muitíssimo frequentes, devido ao intenso ritmo de jogo e ao contacto físico violento envolvido. Segundo a mesma fonte, uma média de 25% dos jogadores profissionais está simultaneamente lesionada, durante a época desportiva.
O que é ainda mais interessante é que esta Associação refere algo que me parece vital: diz a PRA que os jogadores têm de ser envolvidos na discussão das matérias que lhes dizem respeito! Simples, não é?
O contencioso iniciado a propósito de um simples jogo entre duas das melhores selecções mundiais ainda vai dar muito que falar, e pode ser que outros clubes/federações/jogadores, de outros países, aprendam com este exemplo inglês. O Rugby em «terras de Sua Majestade» está em crise... Mas não é verdade que a crise se estende actualmente a quase todo o mundo oval?
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