Nem tudo vai mal neste nosso mundo oval...
Dizia-me alguém no outro dia, e com inteira justiça, que eu deveria realçar mais os pontos positivos do Rugby português. Estou de acordo, até porque realçar os pontos positivos é pelo menos tão importante como apontar os múltiplos aspectos negativos que rodeiam a modalidade, neste nosso pequeno mundo oval luso.
A temporada que terminou trouxe coisas novas para Portugal, em termos desportivos e organizativos, que devem ser não apenas apontadas mas sobretudo multiplicadas. Ser homem é ser descontente, como dizia o Fernando Pessoa, e importa estar sempre descontente relativamente aos resultados que se obtém... Se conseguimos algo num ano, queremos melhorá-lo no seguinte!
A Taça das Nações, disputada em Lisboa durante o mês de Junho, foi de facto - ainda que pela força das circunstâncias - uma enorme vitória para o Rugby nacional. Receber em Portugal equipas como as selecções A da Argentina e da Itália foi memorável, até pela réplica que os «Lobos» lhes deram!
Já antes, no final de 2005, os enormes fijianos haviam parado em Lisboa para um jogo que ficará gravado na memória de todos aqueles que quase encheram as duas bancadas centrais do Estádio Universitário de Lisboa. Portugal esteve a um passo de uma vitória histórica...
Legenda: Jogadores das Ilhas Fiji executam a «Cibi», dança guerreira de desafio à equipa portuguesa. Estádio Universitario de Lisboa (20/10/2005).
Ao nível dos Sevens reconquistou-se o Campeonato da Europa da FIRA-AER e, passadas duas semanas, em Sevilha, Portugal ganhou sem problemas uma competição internacional prestigiante para o Rugby luso, ainda para mais batendo na final da equipa da casa, tal como havia acontecido em Moscovo, com a Rússia.
Nas provas de Sevens da IRB, um bom percurso e um conjunto de exibições convincentes contra equipas «de outro campeonato» (como Samoa, por exemplo) levam a FPR a considerar a hipótese de (semi)profissionalizar uma equipa para percorrer todas as etapas de 2006/2007. A coordenação de esforços com os clubes vai ser complexa, até porque apenas duas dessas etapas são na Europa (Londres e Paris), mas o Rugby nacional poderá sair a ganhar.
Regressando ao Rugby de XV, a equipa nacional obteve a qualificação para a 5ª ronda de apuramento para o Mundial de França, em 2007, ao classificar-se na 3ª posição do Torneio Europeu das Nações. É certo que a derrota na Geórgia foi embaraçosa, e que houve perda de pontos que à partida seriam nossos (empate com a Rússia ou derrota com a Roménia, em casa), mas as condições específicas nesses jogos não ajudaram, e as lesões pesaram um pouco numa equipa de um país com poucos praticantes e um universo limitado de jogadores.
Ao nível do Rugby de clubes... aí sim, está tudo (ou quase tudo) mal. O lado positivo, se quisermos olhar para o problema pela positiva, é que batemos no fundo, e não podemos descer mais! Agora é olhar para cima, e tentar dar à Divisão de Honra (competição com nome pomposo e modelo de inspiração internacional, cujo nível organizativo é... uma vergonha!) a dignidade que ela merece! É possível! Basta investir (e nem sequer me refiro apenas a dinheiro) um décimo daquilo que se investe na selecção!
Depois vem a formação... Aqui não me vou meter, embora tenha as minhas opiniões e inquietações. Mas não posso deixar de terminar esta prosa confessando sem ironias e com honestidade a minha ignorância acerca de uma questão: como é que a alteração dos escalões (nomeadamente dos mais novos, dividindo os bambis em dois grupos) poderá melhorar a formação de 1ªs linhas, como diz a FPR?
4 Comments:
Não concordo com o tipo de competição que a federação implementa em portugal. O rugby é um jogo de em que as melhores equipas nem sempre ganham, temos o exemplo dos all blacks que apesar de terem a melhor equipa perderam os dois ultimos campeonatos do mundo.
É Claro que são casos completamente diferentes, mas a situação é a mesma, ou mesmo durante a epoca passada que a equipa mais regular o belem perdeu contra o gdd o titulo nacional.
Outro parametro que não concordo na estrutura é a taça de portugal não ser disputada por todos os clubes portugueses, afinal sempre ouvi dizer que a taça a é a festa de todos os clubes, mas claro sempre é melhor criar uma taça so para os clubes da segunda divisão. Será que uma equipa da segunda divisao na pode realizar jogos com equipas da primeira? Entao como querem que o rugby cresca?
Existe um grande fosso entre a primeira e a segunda divisão, será que na devia ser levado mais a serio o campeonato da segunda divisão? Será que não poderia ser uma hipotese para jogadores mais jovens mostrarem o que valem, naquele salto que existe de juniores para seniores? Ou será que é uma desonra para os jovens que sempre foram titulares nas equipas jovens irem jogar pa 2 divisão e crescerem como jogadores?
Acho que nisso os clubes tambem tem um grande problema, preferindo perder gerações de bons jogadores do que mete-los a rodar noutras ekipas menos fortes, sim porque sao poucos os jogadores que saem de juniores e conseguem logo competir junto com a ekipa senior, embora avhe que cada vez mais isso acotece.
Porque será que a academica desceu de divisão? A academica na aproveitou 2 gerações de juniores que teve, que só na ganharam tudo o que havia no rugby. porque existia uma super equipa do cdul que jogava um rugby como eu nunca vi em portugal outra equipa jogar.
Agora é que a academica voltou aproveitar juniores para a sua equipa, julgo que este é um grande problema do rugby portugues e ninguem lhe dá o devido valor...
desculpa la os erros rui, mas escrvi isso mt a pressa sem pontuaçãio sem nd... lol abraço! era simplesmente o que me vinha a cabeça
Rodrigo, se leste o meu texto até ao fim terás visto que relativamente às provas de clubes escrevo: «Ao nível do Rugby de clubes... aí sim, está tudo (ou quase tudo) mal.».
Abraço
eu sei rui.. por isso concordo contigo em tudo o que dizes... Porque não jogos durante a semana? a noite? são coisas que eu não percebo... Bem não interessa !
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