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quarta-feira, setembro 27, 2006

António Cunha «Balula» no Barbarians FC

Introdução

Este artigo encontrava-se preparado há várias semanas, para publicação. Infelizmente, a actualidade do Rugby tem merecido mais espaço e atenção da nossa parte, sendo por vezes dificil encaixar artigos mais ligados à história de equipas, selecções e jogadores. Trata-se de um «campo» que exploraremos de forma mais elaborada e permanente no futuro. Este é o primeiro de vários artigos à História do Rugby português e Belenenses.

Mais tarde iniciaremos uma segunda série de artigos, designados «Perfis Azuis», a qual abordará a história pessoal e desportiva de alguns homens (e mulheres) do Rugby belenense.

António Cunha «Balula» no Barbarians

Uma das maiores honras a que um jogador de Râguebi pode aspirar é ser convidado a alinhar pelo menos uma vez na vida numa equipa do Barbarians FC, provavelmente o mais mítico e querido emblema do Râguebi mundial.

Representar o Barbarians FC é ver reconhecidas as qualidade não apenas técnicas enquanto jogador, mas sobretudo valorizada a postura e fair-play do homem, dentro e fora de campo. Assim, desde 1890 que os jogadores convidados a alinhar na equipa do emblema criado por William Percy Carpmael são como que verdadeiros embaixadores do Râguebi e do seu espírito primordial, marcado pelo genuíno desportivismo, honra e respeito pelo adversário.

Nos Barbarians joga-se pelo amor ao Râguebi e pela diversão. Ainda assim não se pense que as equipas da camisola alvi-negra encaram os jogos de forma menos séria. Pelo contrário, os Barbarians jogam sempre para vencer, e já proporcionaram aos amantes do Rugby alguns dos mais espectaculares jogos de sempre, como o que os opôs aos temíveis All-Blacks, em Cardiff, no ano de 1973.

Uma das características mais interessantes do clube é a tradição de jogarem os seus jogadores com camisola e calção igual - respeitando as cores dos emblema - mas com meias dos seus clubes de origem. É por isso possível - e até provável - que nos jogos dos Barbarians, a equipa alinhe com 15 pares de meias diferentes.

O Belenenses no Barbarians FC

Ora, «meias belenenses» já tiveram a honra de alinhar pela mítica equipa centenária, quando o Clube viu um dos seus melhores jogadores de sempre - o «asa» António Cunha, conhecido no meio pela alcunha de «Balula» - vestir a camisola dos Barbarians, no dia 9 de Novembro de 2004.


Legenda: António Cunha e a camisola do Barbarians por si utilizada, hoje colocada na parede da secção/bar do Rugby do Belenenses.

No jogo desse final de tarde, os Barbarians tiveram pela frente a equipa dos «Combined Services», constituída por jogadores de todos os ramos das forças armadas inglesas. A partida teve lugar em solo inglês, em Aldershot.

Com António Cunha seguiram de Portugal outros dois jogadores de excelência, internacionais lusos: o chutador Gonçalo Malheiro, do CDUP (então a alinhar pelos espanhóis do «Mappio 2012»), e o médio-formação Luís Pissarra, da equipa de Agronomia.

A partida terminou com a vitória dos «Combined Services» sobre os Barbarians, registando o marcador 38-36 e tendo cada equipa marcado 6 ensaios.

O convite para integrar uma equipa do B.F.C. terá sido um dos pontos altos da sua já prestigiada e longa carreira, sobretudo pelo que representa relativamente ao reconhecimento internacional das suas qualidades como raguebista, dentro e fora das quatro linhas. Ao vestir a camisola dos Barbarians, «Balula» passou a integrar um restrito grupo de jogadores continuadores do espírito original de WP Carpmael, e do qual fazem parte nomes tão importantes como Gareth Edwards, Cliff Morgan, Jason Leonard, David Campese, Phil Bennett, Jonah Lomu ou Fançois Piennar.

A lista de jogadores portugueses que já representaram o Barbarians FC é constituída por:

- António Cunha (Belenenses) - 1 jogo
- Luís Pissarra (Agronomia) - 3 jogos
- Gonçalo Malheiro (CDUP) - 3 jogos
- Joaquim Ferreira (CDUP) - 1 jogo