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quinta-feira, setembro 14, 2006

ARS: notas e questões sobre o Relatório

A ARS divulgou recentemente no seu site oficial (sempre actualizado, com excelente grafismo e textos construídos com «cabeça, tronco e membros») o Relatório para o biénio 2004/2006. Quem tiver tempo e interesse poderá ler o relatório, que apresenta dados interessantes e algumas perspectivas igualmente passíveis de reflexão. A autoria do documento é do trio Henrique Garcia, Pedro Gonçalves e Mário Pato.

Durante o final da tarde de ontem fiz a minha leitura do Relatório, a qual me surpreendeu pela positiva em múltiplos aspectos, pela negativos noutros e levantou uma série de questões das quais darei conta à ARS, em e-mail a enviar posteriormente, aliás correspondendo ao pedido/convite da Associação.

Eis as minhas impressões:

1. É notável o acréscimo do número de jogadores no Biénio em análise (641 para 988). Creio que grande parte do mérito destes número cabe à ARS, uma estrutura organizada e competente.

1.a. Creio que a tendência verificada em 2004/2006 não deve ser encarada como uma garantia de semelhante aumento no biénio 2005/2007, e por isso, a nota do relatório que refere que a linha crescente do gráfico da página n.º3 «vai ao encontro do preconizado no Plano Estratégico de Desenvolvimento da FPR» não deve - na minha opinião - ser encarada como uma certeza absoluta (longe disso) de igual sucesso nos próximos anos.

1.b. Relacionada com esta minha última nota está a observação segundo a qual os clubes que mais contribuem para este aumento do número de jovens praticantes serem (por ordem de importância), o Belenenses, a Agronomia, o Direito e o Benfica (aliás, os quatro clubes que têm dominado o panorama senior masculino em Portugal). No caso do Belenenses, o aumento do número de jogadores será naturalmente congelado por uma questão tão simples como damática: a falta de um campo próprio para a prática e ensino do Rugby. A questão dos campos na região sul é aliás ignorada no Relatório, ponto que considero negativo.


Legenda: Diversas categorias de formação do Belenenses treinam em simultâneo no relvado 2 (que partilham como o futebol e com a equipa senior de Rugby), tendo já acontecido verem-se na necessidade de recorrer a relvado públicos da zona de Belém para preparar a participação em Torneios e Campeonatos das respectivas categorias...

1.c. O facto de serem os clubes «do costume» a contribuir para o aumento do número de praticantes é também um facto que me merece as maiores reservas. Sendo belenense de alma e coração, é um orgulho tomar conhecimento de que o meu clube tem sido preponderante nesta tendência positiva. Mas reconheço que esta realidade não reflecte um desenvolvimento harmonioso ao nível mais global do Rugby na região sul. Aliás, os números apresentados desta forma (muito global) podem «esconder» (sem intenção, como é óbvio) o decréscimo do número de jogadores noutros emblemas.

1.d. Ainda assim, é com agrado que verifico o aumento do número de jogadores (em algumas categorias) em clubes como o Évora, o Belas e o Santarém (clube acerca do qual falarei mais à frente). São emblemas a apoiar, tal como outros de menor dimensão!

1.e. A distribuição do número de jogadores pelas diferentes Associações Regionais revela uma gritante desproporção entre o Sul e a região Norte/Centro. Não sendo esta questão da competência da ARS, creio que os responsáveis federativos (e os responsáveis das outras associações) devem actuar de imediato e com medidas concretas/eficazes para inverter estes números aterradores. No norte e centro houve descréscimo do número (já ele reduzido) de jogadores.

1.f. No que diz respeito aos factores apontados como decisivos no aumento do número de praticantes (sub-13), aceito com reservas o terceiro («resultados desportivos da selecção nacional»), já que me parece um factor secundário na escolha da modalidade por parte de jogadores muito jovens (especialmente aqueles que chegam ao Rugby sem ser por via da tradição familiar e, por isso mesmo, com um desconhecimento grande face aos resultados pouco divulgados da equipa principal lusa). Mais: a confirmar-se a importância deste factor, ele deve ser encarado como uma circunstância conjuntural e não estrutural. O Rugby e o seu crescimento não podem estar dependentes de resultados melhores ou piores das equipas de XV ou de Sevens.

1.g. Um factor não apontado, mas decisivo, terá sido o protocolo entre a ARS (ou FPR, não sei quem o estabeleceu...) com a série televisiva «Morangos com Açucar», outro factor meramente conjuntural mas que, em determinado momento, levou miúdos às escolas de Rugby. No Belenenses, pelo menos, isso aconteceu.

1.h. O aumento de jogadores no escalão sub-15 deverá estar relacionado não com a captação de jogadores anteriormente sem contacto com o Rugby (ou seja, que entraram directamente para os sub-15), mas fundamentalmente com a capacidade de manter os miúdos provenientes dos escalões inferiores. A confirmar-se esta minha interpretação, creio ser um dado de enorme relevância.

1.i. Concordo inteiramente com os «positivos» e os «a melhorar» apontados no documento. A questão do conhecimento das leis do jogo é transversal a TODOS os escalões, incluindo nos seniores. É evidente para todos que muitos jogadores das equipas da própria Divisão de Honra desconhecem algumas «regras» dos jogos que disputam. Esta questão é grave, pois para além da questão desportiva pode colocar em causa a segurança dos praticantes, já que o Rugby é uma modalidade de intenso contacto físico.

2. No capítulo da formação, aplauso para o trabalho realizado e para os projectos a concretizar.

2.a. Tenho algumas reservas relativamente às observações apresentadas no que respeita ao projecto (importantíssimo) «Escolas do meu clube». Creio que a ausência de importantes clubes na lista de aderentes efectivos à iniciativa se deve (em parte) à falta de espaços para concretizar parcerias com escolas. O Belenenses, por exemplo, não tem relvado próprio para o Rugby, e esta circunstância pode levar ao estrangulamento do crescimento do Rugby no clube. É praticamente impensável alargar a actividade da secção a escolas terceiras, quando nem para os atletas próprios há espaços/horários.

2.b. Creio que nos distritos inseridos no âmbito da ARS em que não há clubes (ou clubes de fraca expressão), a Associação deve tomar a iniciativa de formalizar os contactos institucionais com os municípios e escolas, passando seguidamente a bola «para o lado de lá». Ainda assim, creio que as reuniões com as entidades locais, não obstante a importância relativa de que se revestem, pouca eficácia prática terão no curto/médio prazo. Refiro-me concretamente às Câmaras Municipais, que funcionam mais numa lógica eleitoralista do que de verdadeiro serviço à comunidade...

2.c. Apoio e aplauso relativamente ao projecto «Novas Escolas» e semelhante reacção no que diz respeito à «Expo Criança». Especial destaque, na minha opinião, para a participação activa do Santarém (clube de actual pequena dimensão) no evento. No que respeita ao Santarám, creio ser esta uma oportunidade de ouro para dar visibilidade ao campo (Estádio, aliás) do CNEMA, o qual conheço e que creio ser passível de erecuperação e posterior utilização como espaço priviligiado para a prática do Rugby de clubes... e como «casa» (não definitiva) da selecção nacional. Não sei de quem é a propriedade do espaço (presumo que seja do próprio CNEMA), mas o estado em que se encontra não beneficia ninguém. A ARS poderia tomar nas suas mãos (e em articulação com a FPR) a tarefa de iniciar o processo de recuperação do Estádio do CNEMA, solicitando encontros com a CM de Santarém e com a administração do Centro de Exposições de Santarém. O clube local, a cidade e a região merecem-no!

3. No que diz respeito às considerações finais, confesso que estou em acordo absoluto e sublinho a necessidade da autonomização da ARS face a uma FPR nitidamente rendida à não evolução do Rugby e extasiada pelos resultados da equipa nacional (os quais devem ser valorizados, mas não são eternos, caso o Rugby não se renove!).

3.a. Apoio incondicional à «Escola de Árbitros» (ofereço-me desde já como formando para um primeiro curso!) e para o reforço do projecto «Escolas do meu clube».

Sugestões:

Uma vez que já referi as críticas ao longo das observações expostas em cima, passo a referir algumas sugestões (de muitas possíveis), que durante a leitura me surgiram:

a) Creio que um trabalho imprescindível para o desenvolvimento da modalidade é a sua divulgação e alargamento a todos os extractos sociais. O Rugby goza da (má) fama e proveito de ser uma modalidade de meninos ricos. Exceptuando alguns casos, esta é uma realidade que importa inverter. O Rugby tem de ser uma modalidade de todos e para todos. É preciso divulgá-la nas escolas (o que é feito do «bitoque rugby», referido no Plano da FPR mas omisso no documento da ARS?), associações juvenis, casas de internato permanente de crianças (lares, orfanatos, etc...). É preciso abrir os braços a «comum dos mortais», trabalho que é da competência dos clubes, mas que pode (e deve) ser incentivado pela ARS.

b) Importa reforçar/dar maior visibilidade à dimensão formativa do Rugby, como «Escola de Vida». Não conheço nenhum praticante (ex-praticante) que não reconheça o Rugby como uma dimensão fundamental da sua formação como ser humano. Esta realidade tem de ser verdadeiramente explorada.

c) A ARS deveria estudar em profundidade a questão da alteração dos escalões proposta pela FPR e o seu impacto ao nível dos níveis inferiores de formação. A FPR não o fez devidamente (nem no tempo correcto), e a ARS poderá sofrer no futuro com alterações «impostas» de cima. Será correcto dividir os bambis em «bambis» e «super-bambis»? Faz algum sentido?

d) É necessário reforçar a educação dos pais/encarregados de educação. Em muitos convívios/torneios, é frequente ouvir-se pais incentivarem os miúdos a agredir ou a retaliar perante placagens mais «duras» de jogadores adversários. Trata-se de uma situação absolutamente inacreditável, mas que pode ser invertida com a ajuda dos clubes. A ARS terá de continuar o árduo trabalho de educação daqueles cuja função seria precisamente... educar os filhotes.

e) Uma vez que a ARS tutela as competições de iniciados (jogando estes a vertente de XV), seria importante encontrar uma estratégia de identificação, captação e formação atempada de jogadores para a 1ª linha, verdadeiro «calcanhar de Aquiles» do Rugby luso. Nada vi referido no assunto no documento, pese embora a FPR use o argumento para justificar a intenção de alterar os escalões.

f) Uma sugestão que será - na minha opinião - uma das mais importantes: nos próximos meses, e aproveitando os convívios/torneios, a ARS deveria elaborar um questionário (3 versões) dirigido a atletas, pais e clubes no sentido de elaborar um retrato-tipo do jogador de Rugby juvenil. As conclusões a retirar seriam, no fundamental, a três níveis:

f.1. Questões físicas relativamente aos atletas (elaboração do perfil físico do jovem jogador português), permitindo à ARS desenvolver materiais, formação e treino adequado às características físicas do jogador português. É claro que este trabalho está mais ou menos feito, mas deve ser anualmente actualizado, pois o perfil físico do homem/mulher português(a) está em alteração acelerada;

f.2. Questões sócio-económicas, procurando confirmar (ou não) a observação que realizei na alínea a) e, a partir desse perfil, encontrar estratégias de captação de jogadores de extractos sociais mais baixos. O Rugby terá de ser - como é noutros países bem mais avançados na modalidade - uma modalidade popular, de todos e para todos. Não um «clube privado» (ainda que por vezes invadido por elementos «estranhos») de uma certa classe social. Creio que não se trata de um estereótipo, mas de uma realidade que se mantém.

f.3. Questões motivacionais. A ARS terá de perceber o que motiva os jogadores dos diferentes escalões, clubes e regiões a jogar Rugby. Representar o clube do seu coração? Tradição familiar? Interesse pela modalidade? Gosto pelo desporto e pela sua componente de contacto? etc.. Só percebendo o que motiva o atleta a praticar Rugby se poderá reforçar esses mesmos factores motivacionais, «agarrando-o» e não permitindo que o Rugby seja apenas um episódio passageiro na vida de muitos dos nossos miúdos (o que actualmente acontece).

g) Por fim, creio que a ARS deveria alargar o seu âmbito aos escalões de juvenis, juniores e seniores, organizando um campeonato regional para estas categorias (por exemplo ao nível das chamadas «reservas»). Muitos clubes apresentam plantéis muito extensos, nos quais muitos jogadores acabam por ter poucas hipóteses de efectivamente jogar (e dessa forma progredir) pelos seus clubes. A recuperação do Campeonato de Lisboa (ou neste caso, da Zona Sul) parece-me algo passível de ser negociado com a FPR e com os clubes, aproveitando os muitos «furos» nas competições de âmbito nacional, por via da participação das selecções em compromissos internacionais.

9 Comments:

At 1:37 da tarde, Blogger Afonso Nogueira said...

Rui concordo cam a generalidade da tua opinião excepto:

- na questão dos pais nos torneios (a ARS tem no seu site o GUIA DOS CONVIVIOS, em que tem um capítulo totalmente didicado aos pais, é também afixado em todos os torneios um cartaz com essa mesma informação)

- As competições de iniciados são com 12 jogadores e não 15 (um dos factores dessa mudança vem no seguimento do visionamento de jogos - ainda com 15 - deste escalão, tendo-se constatado q em média um pilar tocava 1 vez na bola durante um jogo), esta medida foi tomada há 4 ou 5 anos.


De qualquer forma este é documento que tem por fim analisar o q foi feito nos últimos 2 anos, convido-te a ler o plano de actividades da ARS no seu site na secção de documentos.

 
At 1:56 da tarde, Blogger Rui Silva said...

Afonso,

Quando referi Rugby na vertente de XV queria dizer antes «um jogo mais parecido com a convencional vertente de 15». Eu sei que os iniciados jogam com equipas de 12, aliás como está referido no regulamento das respectivas competições. Erro meu, por má escolha de palavras.

Sobre os pais, eu sei que a ARS faz o que pode, mas os problemas continuam. Um exemplo: no torneio do Belenenses assisti a cenas lamentáveis, com «papás» a incitar os miúdos a pisar; com pais (e técnicos) a protestar com as arbitragens (sem razão nenhuma, na maior parte dos casos); com insultos do pior tipo a equipas adversárias e com miúdos a chorar, insultados por papás de meninos adversários. Vi um garoto do Belém a levar uma descompostura de um pai «benfiquista» que... enfim, se fosse filho meu... a coisa não tinha acabado assim.

Em todo o caso, obrigado pelos reparos! E parabéns à ARS, pelo trabalho realizado.

 
At 2:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

aí está uma coisa com a qual eu estou em desacordo... eu fui iniciado e jogava com 15 jogadores e não foi por isso que não me tornei jogador senior... aliás joguei na altura com muitos dos jogadores que hoje compoem a equipa do belenenses tal como o joão uva e na altura dos tlp o diogo e o david mateus e acho que isso é um decrescimo para os miudos perceberem o rugby como um todo... na altura jogavamos menos tempo mas sempre com 15 jogadores e em duas partes...

 
At 2:40 da tarde, Blogger Rui Silva said...

Pois é, caro MT. Esse assunto é interessante e até polémico. Aliás, já no início da década de 80, um técnico inglês - de seu nome Ian Gibson - esteve em Lisboa para dirigir um estádio de Iniciados (precisamente!), e defendia o seguinte: «Jovens só beneficiarão se passarem a jogar ded 15».

O texto relativo a esta ideia está publicado no n.º1 da velhinha RUGBY-Revista (Outubro de 1980).

Enfim, é um assunto que merece reflexão e contributos qualificados. O meu não o é com certeza, pois não sou técnico nem tenho experiência de campo, como o Afonso, por exemplo.

Abraço

 
At 2:51 da tarde, Blogger Rui Silva said...

Ness tal artigo, dizia o Ian Gibson que os jovens portugueses revelavam excelente técnica de passe, placagem, corrida e pontapé, ao nível (ou superior) dos ingleses. Todavia revelavam fraco poder mêlées, alinhamentos e rucks. Ian Gibson atribuía este baixo nível ao facto de não jogarem o Rugby de XV, mas antes a vertente de 9.

No mesmo texto pode ler-se: «Para o futuro, os portugueses necessitam de ver e jogar mais rugby de 15 quando puderem. Não há substituto para a experiência que é ver e julgar um jogo e constatar o que está bem e o que está mal. Os jogadores que tomam as decisões tácticas certas serão os futuros internacionais».

Temos, digo eu, e creio que TODOS concordam, um problema de formação ao nível da 1ª linha... Ora, a formação de jogadores de 1ª linha implica, a meu ver, que se comece a jogar a XV o mais cedo possível. É isso que abordo na minha análise ao documento quando refiro: «seria importante encontrar uma estratégia de identificação, captação e formação atempada de jogadores para a 1ª linha, verdadeiro «calcanhar de Aquiles» do Rugby luso».

Essa estratégia poderá passar pela alteração do modelo competitivo dos iniciados para a vertente de XV.

 
At 2:56 da tarde, Blogger Afonso Nogueira said...

Há várias perspectivas sobre este assunto.

É difícil explicar a um miúdo que numa meleé defensiva que sai primeiro para carregar o abertura são os 2ªs linhas, o q passado um ou dois anos, nos juvenis e já com jogo de 15 é diferente. Jogar sem um ponta em campo também levanta problemas, sobrecarga do arrier, etc…

Tem-se discutido muito sobre isto entre treinadores, eu sou apologista do jogo de iniciados ser de 13 e não de 12 (tendo assim completa a linha ¾.).

(Aceitam-se comentários)

 
At 3:01 da tarde, Blogger Afonso Nogueira said...

Este formação de 1ªs linhas passa necessariamente pela maior formação dos treinadores. É preciso dar atenção redobrada a estes jogadores.

Por outro lado, não se formam pilares/talonadores de forma sustentada sem força nas melleés até aos juvenis!

 
At 4:59 da tarde, Anonymous Anónimo said...

isso mesmo acho até que o jogo a 15 seria tb mais vantajoso para mais miudos já que só a jogar se aprende todos os aspectos do rugby e as suas condicionantes, e assim mais miudos jogariam... sobre os pilares concordo com o afonso, acho o problema será mais dos treinadores que seram na sua maioria pessoas que nunca foram primeiras linhas e que não entendem todos os aspectos de uma mellee...

 
At 5:46 da tarde, Blogger Afonso Nogueira said...

Prometo que nos próximos dias irei fazer um artigo sobre esta questão das formações ordenadas, essencialmente vocacionado para os próprios pilares/talonadores e para os TREINADORES que têm o DEVER de ensinar correctamente posições, pegas e aspectos muito técnicos sob pena dos atletas correrem riscos muito elevados.

 

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