Perspectivas para 2006/2007 - os adversários
Depois de analisarmos de forma sucinta cada um dos sectores da equipa senior de Rugby do Belenenses, é tempo de fazer uma breve incursão por terrenos alheios, referindo de forma breve os adversários que a turma de Francisco Borges terá de enfrentar em 2006/2007. Os clubes que participarão na Divisão de Honra deste ano são (para além do Belenenses):
- Direito
- Agronomia
- Benfica
- CDUP
- CDUL
- Técnico
- Cascais
No ano passado, a Divisão de Honra conheceu três mini-campeonatos dentro da mesma prova: o topo da tabela, com as equipas do Belenenses, Direito e Agronomia e lutar pelos lugares cimeiros; a luta Benfica/CDUP, apenas terminada na penúltima jornada da fase regular e num jogo de má memória para a arbitragem nacional; o último terço da tabela, com CDUL e Técnico e a superiorizarem-se claramente a uma Académica que perdeu todos os jogos da prova.
Este ano, e com a descida da Académica, a Divisão de Honra terá a presença do Cascais, uma das equipas mais premiadas do Rugby luso, mas que beneficiou do modelo (na minha opinião aberrante) de apuramento do primeiro classificado da chamada «1ª Divisão». O Lousã ficou pelo caminho, e o Cascais está de regresso ao convívio dos maiores clubes de Rugby nacionais.
A temporada 2006/2007 deverá conhecer um campeonato mais competitivo, com as equipas de topo a manter as aspirações ao título, e com equipas que no ano passado estiveram em «segundo plano» a aproximar-se (no mínimo) dos emblemas actualmemte mais fortes.
A «pré-temporada» está recheada de boatos. Fala-se em transferências, em jogadores lusos que sairão para França (em especial no que diz respeito a atletas do Direito), e outros que regressam a casa. Consideremos esses boatos como verdadeiros e passemos às perspectivas para 2006/2007:
Direito: Os bicampeões nacionais continuarão a apresentar-se em grande força. A sua equipa, forte em todos os sectores, poderá ficar enfraquecida com a saída de alguns atletas em destaque, para o Rugby profissional (ou semi-profissional) francês. A saída de Gonçalo Uva está confirmada. Por outro lado, o formação José Pinto regressará a Portugal e à sua «casa de Monsanto». Uma coisa é certa: o Direito é candidato ao título, e deve ser tido como um sério concorrente do Belenenses.
Agronomia: A equipa da Tapada, que há tanto tempo procura o título, deverá continuar o trabalho de construção de um XV muito forte, baseado num pack compacto e destemido (para mim, o mais forte depois do Belenenses) e até reforçado (segundo consta) pelo n.º8 luso-argentino Juan Somoza (ex-Académica). Os agrónomos são persistentes, e este ano quererão atacar o título na máxima força. São um dos candidatos assumidos, e diz quem sabe que os reforços para 2006/2007 não se resumem ao argentino já referido...
Benfica: O Benfica é um caso um pouco atípico no Rugby luso: vive «exilado» na Sobreda, longe da casa mãe e quase ignorado pelos muitos adeptos que o clube tem. É um emblema que tem um historial invejável, mas que estranhamente deixou cair a formação de novos jogadores, o que condiciona fortemente o reforço da equipa, de ano para ano. É um conjunto forte - ganhou dois jogos ao Belenenses em 2005/2006 - mas com grandes fragilidades, compensadas por quatro ou cinco jogadores de nível superior, como Filipe Grenho. Não creio que seja equipa para o título, mas posso estar enganado. O Benfica tem no Rugby um grande historial, e nunca se deve riscar da lista de candidatos ao título um clube com os seus recursos.
CDUP: A única equipa nortenha do campeonato conta com essa enorme desvantagem: jogar quase sempre a 300 km de casa, sem apoio e com o cansaço da viagem às costas. Os poucos recursos do clube não permitem permanentes fins-de-semana em Lisboa, nem dormidas para descansar. Ainda assim, são um conjunto compacto, com jogadores da sua escola, aliando veterania (Joaquim Ferreira e Marcelo d'Orey, por exemplo) com jogadores jovens e com futuro. Conta ainda com um dos melhores chutadores lusos, Gonçalo Malheiro.
CDUL: O CDUL está a formar uma equipa para o futuro. O objectivo é assumido, e basea-se na sua escola de excelência, a par da escola do Belenenses uma das melhores do país. Ainda assim, não sei se terá já neste próximo ano equipa para lutar pela Final Four. Veremos. A entrada de Albertino Minhoto para o comando da equipa técnica, bem como do técnico neozelandês dos avançados, poderá representar uma mais valia para os «universitários» lisboetas.
Técnico: O Técnico oscilou, em 2005/2006, entre o bom e o muito mau. Acabou a temporada aflito, tentando ganhar a uma Académica (reforçada à pressa) e garantir a permanência (outra consequência do modelo aberrante que temos!). Ainda assim tem excelentes jogadores, uma equipa muito física, com bons elementos no pack e jogadores jovens, que poderão vir a dar que falar. Parece-me (embora eu só veja a equipa «de fora») que são um pouco indisciplinados, e que ainda padecem do espírito «éférreá» de que falámos há uns dias aqui no Blog.
Cascais: O Cascais é uma incógnita. Apenas vi a equipa 2005/2006 por uma vez, a 1 de Outubro, num jogo da Taça com o Belenenses. Na altura - sem preparação e num jogo muito cedo na temporada - pareceu-me uma equipa muito frágil, claramente de segundo escalão. Este ano parece querer reforçar-se, e lutar por algo mais. A entrada de Pedro Silva (ex-Belenenses) e o aliciamento a outros jogadores azuis (se fizeram o mesmo a outros elementos de outros emblemas, não sei!) pode indiciar ambições reforçadas para 2006/2007. Sejam bem vindos de volta à divisão maior.
5 Comments:
Quanto as escolas de rugby era bom analisar quantos miudos campeões do beleneses ou cdul têm condições para jogar na primeira equipa de ambos os clubes ?
Agronomia e Direito normalmente são equipas muito competitivas em juvenis e juniores e são no meu entender as equipas que jogadores com melhor qualidade dão as suas primeiras equipas.
Pois a boa formação não é ganhar , mas sim como a própria palavra diz formar atletas em todos os seus planos para um dia mais tarde virem a ser jogadores de rugby.
abraços
Opinião respeitável, mas não coincidente com a minha. É óbvio que formar não tem como objectivo vencer todas as competições dos escalões de formação, mas desenvolver competências ao nível do jogo que permitam ao atleta atingir o escalão senior nas melhores condições.
Ora, o Belenenses tem feito precisamente isso. Muitos atletas da sua equipa senior são formados na casa, e só mesmo ao nível da 1ª linha existem dificuldades de formação, mas isso é em TODOS os clubes.
Nos últimos anos o Belém tem comptabilizado boa formação com títulos. Não me parece mal, desde que a planificação da formação tenha em vista a preparação de bons seniores. É isso que se está a fazer no Restelo.
Agronomia e Direito também têm boas escolas... Mas o Belém está. nos últimos anos, a trabalhar muitíssimo bem... E sem campo próprio, note-se! Os juvenis campeões em 2004/2005 chegaram a treinar no relvado de Belém, em frente ao McDonalds...
Volte sempre,
Rui Vasco
Caros adeptos da modalidade:
Sábado
Sportv 13h50: A. Sul - N. Zelandia (directo)
Sportv2 18h30: A. Sul - N. Zelandia (indiferido)
Domingo
Sportv2 21h30: A. Sul - N. Zelandia (indiferido)
Exmo. Senhor
Rui Vasco,
Relativamente às previsões/análises que faz das equipas da divisão de honra, cumpre-me informá-lo que o C.R.Técnico foi, na época transacta, uma das equipas mais disciplinadas da competição.
Relativamente ao espírito «éférreá», devo-lhe referir, que o bom ambiente que reina dentro do plantel não compromete em nada a seriedade dos treinos e dos objectivos a que nos propomos. Aliás, sou da opinião que um forte espírito de grupo é a base de qualquer sucesso num desporto colectivo.
E nesse campo, arrisco-me a afirmar que dificilmente haverá uma equipa de rugby em Portugal com um balneário tão coeso como o nosso.
Deixo-lhe um voto de boa sorte para a temporada que se segue e uma palavra de elogio pelos excelentes conteúdos apresentados no Blog.
Com os meus melhores cumprimentos,
Artur Conceição
Caro Artur Conceição,
Não leve a mal o que escrevi, até porque o fiz com sinceridade (e isso ninguém pode levar a mal) e observando as equipas de fora. O que se passa no balneário do Técnico não sei, mas sei que sucesso desportivo foi coisa que em 2005/2006 não tiveram. Aliás, estiveram quase a descer de divisão, o que seria uma injustiça!
O espírito «éférreá» não é só do Técnico. No Belém também há, e se ler o meus textos em que critico o consumo de alcool e de tabaco nas equipas (todas, e não só nos seniores) perceberá porquê.
O Técnico é uma excelente escola de jogadores e poderia ir mais longe, caso o clube nãpo funcionasse tanto (e aqui falo apenas pelo que vejo e não pelo que vivo, pois não sou sócio nem atleta do Técnico) como um grupo de amigos.
Já joguei Pólo-Aquático de alta competição e a minha experiência diz-me que, mais do que um grupo de amigos, uma equipa tem de ser um grupo eficaz e leal. Temos de saber que podemos contar uns com os outros, sejamos ou não amigos fora do jogo.
O Técnico poderá evoluir muito na DH 2006/2007. Será que os seus jogadores estão dispostos a fazer todos os sacrifícios? A pergunta aliás alarga-se a todos os outros os jogadores, de todos os outros emblemas...
Um abraço
Rui Vasco
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