:: Belenenses XV ::

segunda-feira, abril 30, 2007

2007/2008

Ainda 2006/2007 não acabou e já estou a pensar em 2007/2008.

Esta ano foi mau demais. E foi mau não por causa dos resultados, mas porque os maus resultados foram a consequência da nossa postura colectiva desde o início da temporada. O Belenenses esteve ausente deste campeonato, e na verdade quem o disputou foi uma equipa que vestiu de azul, e que às vezes se parecia muito com o velho Belém...

Como gosto de olhar para o lado positivo das coisas direi que foi um ano de aprendizagem para todos, e que se à primeira todos caímos, à segunda só quem quer não «abre a pestana»!

A secção de Rugby do Belenenses necessita rapidamente de realizar uma avaliação da temporada desportiva que agora termina, analisando todos os aspectos que estiveram na base daquilo que de melhor e de pior se fez durante os últimos meses.

Pessoalmente tenho uma opinião que guardarei para expressar internamente, se houver tempo e espaço para um franco debate acerca do desempenho de todo o grupo de trabalho sénior do meu clube.

No que há secção diz respeito direi ainda assim o seguinte:

a) 2007/2008 tem de ser – obrigatoriamente – um ano de abertura do Rugby do Belenenses ao «Belenenses-Clube». Temos de aumentar significativamente o número de adeptos da nossa equipa de Rugby e deixar de ser apenas «um bar para beber umas cervejas em dias de futebol». Importa criar um vínculo da secção aos sócios, formal (ex. Cartão de Amigo do Rugby) e informal. É preciso dar maior visibilidade à nossa equipa.

b) 2007/2008 terá de ser um ano de intenso esforço para a resolução do problema do espaço/campo para o Rugby do Belenenses. Sair do Restelo acarreta inconvenientes, mas também abre novas possibilidades de expansão da actividade da secção. Os nossos seniores têm de ter a oportunidade para realizar um mínimo de 3 treinos de campo por semana.

c) 2007/2008 terá de ser a temporada de reforço dos meios internos da secção e em particular do grupo de trabalho sénior. Um Director-Desportivo remunerado e um médico avençado são dois reforços com mais utilidade do que dois argentinos e um sul-africano. Temos de dar condições aos que são da casa, pois são eles quem tudo dão, sem nada pedir em troca.

d) 2007/2008 deverá ser o ano em que o Belenenses pauta o seu comportamento pelo escrupuloso respeito (e exigência de respeito por parte de todos os outros) pelos Regulamentos. Chega de falta de objectividade nas decisões da FPR. Chega de incumprimento dos Regulamentos. Chega de clubes a incentivar esse mesmo incumprimentos, em proveito próprio.

e) 2007/2008 deverá ser o ano da aposta desportiva na prata da casa. Continuar a chamar jovens juniores e ex-juniores à equipa principal, corrigindo apenas com recurso a jogadores estrangeiros (Juan Murré e Cristian Spachuk não se encontram naturalmente abrangidos por este minha opinião, até porque são portugueses) as posições de maior fragilidade da equipa e caso não exista alternativa imediata de qualidade dentro do plantel.

f) 2007/2008 deverá marcar o início das comemorações dos 80 anos do Rugby do Belenenses (30.12.2008). Bem sei que o aniversário acontecerá apenas na temporada desportiva 2008/2009, mas creio que as actividades de comemoração desta data tão bonita deveriam começar bem antes, a 1 de Janeiro de 2008.

Sem que sejam cumpridos os pressupostos das alíneas a, b, c, d e e, penso que não poderemos contar com muito mais do que o 5º/6º lugar de 2006/2007. Não porque não exista qualidade na equipa... Mas porque a qualidade por si só não faz milagres. É preciso criar as condições para que o Belém dê, de uma vez por todas, um salto qualitativo para o topo do Rugby nacional.

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quarta-feira, abril 18, 2007

Campo: a questão fundamental

Já escrevi aqui centenas de linhas sobre a questão da não existência de um campo próprio para a secção de Rugby do Belenenses, e sobre o impacto negativo que isso tem no que diz respeito ao treino das suas equipas.

Esta questão não se restringe às limitações que impõe ao treino, e alarga-se aos momentos de competição. A equipa sénior já se viu obrigada a jogar fora de casa devido à sobreposição de compromissos do clube para o relvado n.º2 (exemplos: vs. CDUP em 2005/2006 e vs. Cascais em 2006/2007), e ainda há uma semana a equipa júnior foi ao Monsanto enfrentar o Direito (a pedido do Belenenses e devido a ausência de campo disponível), quando o sorteio havia ditado que o jogo se realizasse no Restelo...

Segundo o coordenador da secção, Manuel Costa, o número de praticantes no Belenenses subiu este ano 25%, e as escolas de Rugby estão verdadeiramente a «rebentar pelas costuras».


Legenda: o campo 2 do Restelo não chega para as encomendas, e o Rugby acaba por funcionar como bode expiatório das insuficiências do complexo azul. Muita gente acusa o Rugby azul de estragar um campo que quase não usa...

A equipa sénior treina apenas duas vezes por semana em relvado (no Estádio Nacional), dedicando a terceira sessão (a de 2ª feira) a trabalho físico no Restelo... devido a ausência de campo!

Este é pois um dos assuntos pendentes mais importantes que se colocam ao Rugby azul. Penso que chegámos o mais alto que podemos chegar nas actuais condições. Um salto qualitativo, que reforce a nossa posição de escola de excelência do Rugby luso, vai requerer mais meios e sobretudo um relvado natural exclusiva ou principalmente destinado à prática da modalidade.

Podemos contratar mais cinco argentinos, dois sul-africanos e até um internacional All-Black. Não estaremos a investir verdadeiramente na nossa capacidade competitiva duradoura... A questão de fundo é autonomizar o Rugby no que diz respeito a infra-estruturas.

A necessidade que a secção de Rugby do Belenenses tem de arranjar uma alternativa ao actual estado de coisas é agravada pela perspectiva de obras no Estádio Nacional. A completa remodelação dos campos de Rugby do Jamor, bem como das estruturas anexas (gabinetes, bancadas, etc...), exigirá certamente que os «Lobos» e as equipas do Belenenses deixem de usar o espaço durante um período mais ou menos prolongado. Onde treinaremos (e onde jogarão juniores e juvenis) durante todo esse tempo?

As respostas para este problema não podem consistir em projectos de médio/longo prazo. Precisamos de iniciar a temporada 2007/2008 com a questão dos campos senão resolvida, pela menos em vias de resolução!

O Belenenses, que ninguém tem dúvidas em colocar entras as três melhores (e maiores) escolas de Rugby de Portugal, pode entrar em colapso no contexto desta modalidade.

Perde o clube, sem dúvida! E perde também a modalidade.

Eu continuarei a escrever sobre o tema semana sim, semana sim, até que o clube, a sua secção e as entidades competentes se reunam no sentido de resolver EFECTIVAMENTE este problema.

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domingo, março 04, 2007

Campos - parte XV

Para reflexão:


para ver em grande clique aqui


Este fim-de-semana realizaram-se 10 jogos no campo B do Estádio Nacional. Se aos jogos dos escalões do Iniciados, Juvenis e Juniores acrescentar-mos os treinos das equipas Júnior e Sénior do Belenenses dá para entender que existe uma sobrecarga do campo.

Note-se na fotografia a diferença de tonalidades da relva do campo A (mais perto das bancadas) e do campo B.

Será que o desenvolvimento do Rugby está a ser acompanhado com o acréscimo de infraestruturas?

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sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Campos: a velha questão!

Li atentamente o texto do consócio Jorge Braz no regressado Blog «Canto Azul ao Sul», e senti-me novamente tentado a escrever sobre a velha questão dos campos e a sua influência no desenvolvimento de uma melhor política de formação de atletas no Futebol e no Rugby belenense.

Não vou repetir as queixas sobre a actual situação do Rugby belenense no que diz respeito a campos. Quem se quiser inteirar da situação, clique aqui. Acrescento apenas que o referido pelado não tem, de facto, as dimensões necessárias para nele se construir um campo de Rugby, pelo que a solução apresentada não tem viabilidade.

Tem razão o Jorge quando escreve - referindo-se à formação no Futebol - o seguinte: «De facto e pese embora Cabral Ferreira diga que a aposta nos jovens é essencial, um clube que tem um campo relvado para treino de 11 equipas de Futebol é um contra-senso».

Acrescente-se que às 11 equipas de futebol se devem somar os Bambis, Benjamins, Infantis, Iniciados e Juvenis do Belenenses, sendo que em alguns dos casos as equipas contam com largas dezenas de atletas. O mesmo relvado (n.º2 do Complexo) serve ainda de campo oficial de jogo para as equipas do futebol juvenil e para a equipa senior de Rugby.



Impõe-se por isso encontrar uma solução que permita ao Belenenses prosseguir o seu trabalho de formação de atletas e homens, tanto no Futebol como no Rugby.

A colocação do novo piso sintético no campo n.º3 não é por si só uma solução, e a enorme pressão que as várias equipas competitivas do clube exercem sobre o pouco espaço do Complexo pode, num futuro próximo, obrigar o Belenenses a tomar decisões mais ou menos drásticas.

Com as eleições à porta, e tendo em conta a prioridade que naturalmente os sócios do Belenenses dão ao Futebol, será provável ouvirem-se propostas relativas ao fim do Rugby no Clube (lembro-me de ler, há não muito tempo, frases como «o Rugby é mujito bonito mas para clubes como o CDUL ou o Técnico»). O cenário do fim do Rugby no Belém (quando a modalidade está prestes a completar 80 anos de Cruz ao peito...) é real, e a FPR deve reflectir seriamente sobre ele!

O fim do Rugby num clube como o Belenenses não é tema que apenas diga respeito ao próprio clube, e pelo contrário deve preocupar a entidade que tutela a modalidade em Portugal. O Belém é o clube com mais anos ininterruptos de Rugby em Portugal (a par do Benfica), contribui activamente para o desenvolvimento da modalidade e para a formação das diversas selecções nacionais (todas excepto a feminina). Trata-se de uma das melhores escolas de Rugby do país e a simples hipótese de se ver reduzido o investimento do clube (nomeadamente no que diz respeito a espaços) nesta frente desportiva deveria preocupar muitíssimo quem tem como tarefas preocupar-se com o mundo oval lusitano...

Não tenhamos ilusões: o Belenenses é sobretudo um clube de Futebol... e das duas uma: ou a prática (formativa e competitiva) do Rugby se compatibiliza com a referida modalidade, ou corremos o gravíssimo risco de ver uma futura direcção estritamente orientada para o Futebol (já esteve mais longe...) dar uma sangrenta machadada no Rugby azul.

Um campo precisa-se! E as Salésias ao abandono...

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